• Retorno da Covid deixa setor de eventos à espera de decisões das autoridades

    Evento com máscaras

    A poucas semanas do réveillon, o setor de eventos brasileiro aguarda um posicionamento das autoridades sobre as precauções que precisarão ser tomadas durante as festas, por conta das notícias do crescimento de novos casos de Covid-19 no país.

    Enquanto a Anvisa chega a determinar o uso de máscaras nos aeroportos e aviões, nenhuma regra oficial foi divulgada em relação a eventos em locais abertos ou fechados, levando a que as medidas fiquem a critério da organização ou do patrocinador.

    Helô Santana
    Helô Santana, presidente da Ampro

    A insegurança sobre o que acontecerá até o final do ano foi uma constante nas conversas que tivemos com lideranças do setor, detectada no uso de expressões como “por enquanto” ou “até o momento”.

    Helô Santana, presidente da Associação de Marketing Promocional (Ampro), afirma que, pelas conversas que tem tido com agências e locais de eventos, “nada mudou por enquanto”.

    Ainda assim, ela própria, em encontro recente que a associação promoveu, pediu que todo mundo usasse máscara. “Por minha própria responsabilidade”, acrescentou.

    Os cuidados sobre o uso de máscaras em eventos de ambientes fechados — e ainda disponibilização farta de álcool gel — são os mesmos alertados por Fernando Guntovitch, CEO da The Group, que reforça ainda não ter visto nada oficial sobre a nova onda.

    Preocupação ainda é zero

    Não por acaso, Duda Magalhães, presidente da empresa de eventos e entretenimento Dream Factory, apesar de dizer que seguirá as orientações das autoridades competentes, revela que “neste momento, tem havido zero preocupação com relação aos eventos”. E insiste que a população deva seguir se vacinando, como “o único caminho de conter a pandemia”.

    Paulo Cesar "PC" Ferreira
    Paulo Cesar “PC” Ferreira, VP executivo da SRCom

    Apesar de estar “torcendo muito para que não tenhamos um surto, como ocorreu ao final do ano passado”, Paulo Cesar (PC) Ferreira, VP executivo da SRCom, informa que está, sim, acompanhando atentamente os números diários, inclusive por regiões, quando disponíveis, “tanto na imprensa quanto em contatos com os órgãos estatísticos e reguladores”.

    Ainda assim, PC Ferreira reforça a informação de Duda Magalhães de que, até o momento, nenhum cliente demonstrou ou sinalizou maiores preocupações com os eventos programados.

    Inclusive, nesta quinta-feira, 24/11, dia de jogo do Brasil, acontece a Arena Brahma na Praia de Copacabana, e a produção do evento — assinada pela SRCom com a V3A e a Haritz Party — não viu o assunto sequer ser ventilado pela área jurídica dos patrocinadores.

    Na empresa AKM Performma, de São Paulo, seu diretor Celio Ashcar Jr. confirma que praticamente não teve alterações com seus eventos presenciais. Mas um cliente pediu para adiar o evento de fim de ano dos funcionários para o início de 2023, devido esse possível novo surto. “O que não podemos é relaxar nos cuidados e prevenção”, defende.

    Debora Tenca, diretora da Fino Trato, avalia que “por enquanto voltamos ao protocolo de fim de 2021 e começo de 2022”. Mas chama a atenção para as discussões que podem ser geradas com participantes de eventos abertos, como competições ou fanfests, se for cobrado o uso da máscara, quando o próprio estado não formalizou esta obrigatoriedade.

    Réveillon é risco

    A sensação da executiva é que a própria Prefeitura do Rio esteja apostando em uma curva descendente de contágio. “O que parece que se espera é que seja uma onda e passe até 2023”, diz, sugerindo que o panorama só mudará se a coisa piorar muito.

    PC Ferreira é dos que recomenda mais atenção com os números de casos da Covid daqui para frente, pensando no réveillon. “As festas liberadas de réveillon já mostraram, no último ano inclusive, que podem contribuir para a disseminação desta nova cepa, já que as ações de proteção sofrem relaxamento natural”, alertou.

    Em resposta à Janela, a Riotur informou que, “no momento, segue com a programação do réveillon”. Segundo sua assessoria de imprensa, no entanto, o órgão “está acompanhando com a Secretaria Municipal de Saúde o panorama da Covid-19 na cidade, e irá respeitar os protocolos de segurança vigentes”.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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    Discussão

    1. Cristiano

      Querem tirar o povo das ruas eliminando as manifestações, não vão conseguir, mentirosos hipocritas.

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